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"Ser catequista é ser jardineiro de gente”. Catequizar, portanto, é isso, cuidar da planta da fé que nasce do jardim de Deus, cujos jardineiros somos nós catequistas, pais, sociedade e Pároco. Catequizar é uma arte... seja você um artista!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

JUNHO 2011


            FESTAS LITÚRGICAS   ( JUNHO 2011)
    Ascensão do Senhor     (Missa 05-06-2011)
 “Depois de dizer isso, Jesus foi elevado aos céus, a vista deles. Uma nuvem os encobriu, de forma que seus olhos não podiam mais vê-lo. Os apóstolos continuavam olhando para o céu, enquanto Jesus subia” (At 1,9-10)
O texto dos Atos dos Apóstolos descreve o centro do mistério que se celebra na Solenidade da Ascensão do Senhor: Jesus sobe aos céus e, a partir daquele momento, sua presença entre nós manifesta-se de outros modos: nos sacramentos, na Palavra, na pessoa do outro e pela vida de união íntima ao Mestre, como um ramo de videira unido ao seu tronco (Jo 15,1-8). Uma presença que se caracteriza pela atividade da Igreja através dos discípulos do Senhor. É nesse sentido que a Ascensão do Senhor conclui, de modo glorioso, a vida pública de Jesus e delega compromissos missionários e  organizacionais à comunidade, aos discípulos e discípulas.
A história
A origem da Solenidade da Ascensão do Senhor inspira-se nos textos bíblicos que relatam a subida de Jesus aos céus, 40 depois de sua Ressurreição. Os relatos Sagrados relacionam a Ascensão do Senhor com a vinda do Espírito Santo. Jesus sobe aos céus prometendo que enviará o Espírito Santo para sustentar os discípulos na tarefa evangelizadora (At 1,6-8). Este é um dos motivos pelos quais, em algumas Igrejas, era comum celebrar a Ascensão e Pentecostes numa única Liturgia. A separação entre as duas festas, contudo, já é mencionada a partir do século IV, como consta em um Lecionário Armeno e em dois sermões feitos pelo Papa Leão Magno.Os textos das missas que descrevem a teologia das antigas celebrações celebram a Ascensão como glorificação de Jesus em vista de confirmar a fé dos discípulos, enviados a evangelizar o mundo. Outro texto diz que a encarnação de Jesus não lhe tirou a glória divina, prova disso é que Jesus subiu aos céus levando consigo a natureza humana. Nesse mesmo tom, uma oração depois da comunhão, do século VIII, proclama a Ascensão do Senhor como promessa que os discípulos de Cristo viverão com Ele na Pátria eterna, pois pela Ascensão, o Senhor abriu as portas para entrar na casa do Pai, canta um longo prefácio do século VIII. Um rito que era realizado nesta solenidade era o apagamento do Círio Pascal, depois da proclamação do Evangelho. Com a reforma Litúrgica do Vaticano II, em 1963, esse rito passou a ser realizado na Solenidade de Pentecostes. O Círio é apagado, no Domingo de Pentecostes, durante a Liturgia das Horas (Oração da tarde), após o cântico evangélico.
    Pentecostes   (Missa- 12 junho de 2011)
Vinda do Espírito Santo. (At 2,1-4)
 Era para os judeus uma festa de grande alegria, pois era a festa das colheitas. Ação de graças pela colheita do trigo. Vinha gente de toda a parte: judeus saudosos que voltavam a Jerusalém, trazendo também pagãos amigos e prosélitos. Eram oferecidas as primícias das colheitas no templo. Era também chamada festa das sete semanas por ser celebrada sete semanas depois da festa da páscoa, no quinquagésimo dia. Daí o nome Pentecostes, que significa "quinquagésimo dia". No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinquenta dias depois da Páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas . As primícias da colheita aconteceram naquele dia, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino.
Quem é o Espírito Santo? (At 1,4-5).
O prometido por Jesus: "...ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a realização da promessa do Pai a qual, disse Ele, ouvistes da minha boca: João batizou com água; vós, porém, sereis batizados com o Espírito Santo dentro de poucos dias"
Espírito que procede do Pai e do Filho: "quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade que vem do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também dareis testemunho..." (Jo 15 26-27). O Espírito Santo é Deus com o Pai e com o Filho. Sua presença traz consigo o Filho e o Pai. Por Ele somos filhos no Filho e estamos em comunhão com o Pai.
Santíssima Trindade   (Missa 19-06-2011)
 Em comunhão com a Santíssima Trindade  (Mt 28,16-20)
Com o fim do Tempo Pascal, na solenidade de Pentecostes, a Igreja entoa um grande e solene louvor à Santíssima Trindade, celebrando numa síntese a plenitude do Mistério do Deus-Amor. Proclama que, desde a Criação do universo até os fins dos tempos, a história é dirigida pelo Deus Uno e Trino, comunhão perfeita do Pai com o Filho e o Espírito Santo.
Antes de querer estabelecer uma explicação sistemática do Mistério Trinitário, a solenidade da Santíssima Trindade quer ser a expressão da experiência de um Deus que se mostra como Pai, Filho e Espírito Santo, e que, na comunhão perfeita de três Pessoas distintas, constrói a esperança de uma sociedade que também anseia pela comunhão perfeita entre homens e mulheres. Jesus revela-nos a Trindade                                                                                                                                       
A expressão de um Deus Trindade já está presente na experiência histórica de Jesus, que diversas vezes falou a respeito de sua união com o Pai, pela ação do Espírito Santo. Somente em Jesus, Verbo Encarnado, é que podemos falar de uma explicitação trinitária de Deus, pois foi nele que o Mistério da Trindade foi revelado de modo pleno à humanidade. O Deus Trino, que na tradição do Antigo Testamento sempre apareceu de maneira velada, recebe em Jesus Cristo sua mais completa tradução: desde sempre Deus é Trindade e somente Nela podemos compreender a plenitude da bondade de Deus.
A Trindade na vida da Igreja  As comunidades cristãs celebram, já na suas origens, o Deus Uno e Trino, através das manifestações litúrgicas e das práticas sacramentais, sobretudo no batismo (Mt 28,16-20;         1 Cor 12,4-6; 2 Cor 13,13; 2 Tes 2,13-14). Somente com o passar do tempo e diante das necessidades apologéticas, foi elaborada uma profissão de fé sistematicamente refletida. A teologia da Trindade nasceu da necessidade de colocar em linguagem lógica a experiência inefável da fé cotidiana. Mas mesmo depois de tanto esforço intelectual, certamente válido e necessário, a teologia da Trindade permanece distante para a maioria dos cristãos.
Como falar da Trindade
A definição de Trindade, usando categorias filosóficas de origem grega, onde se postula um Deus uno em Essência e Natureza, mas trino em Pessoas, que são distintas e igualmente dignas, diz menos a um fiel do que certas analogias mais simples que, correndo o risco de modalismo, se justificam pela proximidade afetiva com que chegam ao coração das pessoas. Assim, a imagem de três velas que juntas formam uma só chama, é mais compreensível do que a definição da relação pericorética entre as três pessoas da Trindade.
O Pai
Jesus nos revela o Pai - Abba - dentro de sua própria vida e ação. O Pai de Jesus é compassivo e misericordioso, pronto para o perdão e acolhida. O Pai de Jesus toma sempre as iniciativas amorosas (1Jo 4,10-16); sua fidelidade é infinita (Is 40,8); busca, a todo custo, recuperar aqueles que são seus (Mt 15,24; Lc 15, 4-7; Lc 19,10). Não é nunca um Deus hermético, fechado em si mesmo, distante. Ao contrário, sua alegria é poder participar da vida humana, criada por Ele em vista da plena felicidade. Ao mesmo tempo, o Pai de Jesus mantém sua alteridade como Deus. A síntese plástica do Pai de Jesus é certamente o pai misericordioso da parábola (Lc 15,1-32). É Ele a nos dizer continuamente: "Homem, considera que eu fui o primeiro a amar-te. Não estava ainda no mundo, nem mesmo o mundo era e eu já te amava. Amo-te desde que eu sou Deus" (Santo Afonso).

O Filho
Ao revelar o Pai, Jesus revela-se como o Verbo Encarnado (Jo 1,14), o Filho Amado do Pai (Mt 3, 17; 17, 5). Ele e o Pai são Um, ou seja, entre Pai e Filho não há contradição de vontades ou atitudes. Entretanto a unidade entre ambos não é uma identificação que elimina distintções, mas é antes uma comunhão que exalta a alteridade pessoal de cada um deles. Toda a ação de Jesus busca a dignidade humana e reflete o desejo último de Deus Pai, a plenitude da vida (Jo 10,10).
O Espírito
Porém, o diálogo entre Pai e Filho, caso não se abrisse a outros, resultaria numa contemplação narcisista ad infinitum. Surge então a realidade libertadora do Espírito Santo, o qual rompe com a possível infecundidade do diálogo entre Pai e Filho e possibilita uma frutuosa relação de comunhão na Trindade e desta com todo o Universo. O amor entre as Pessoas da Trindade é tão perfeito e tão amplo, que explode e se esparrama pelo Cosmos, levando às criaturas o ideal de comunhão perfeita na unidade (Jo 17, 21-22).
A Trindade e nós
Finalmente é preciso falar das consequências de se crer num Deus Trindade. O Deus cristão é o Deus Comunhão de Amor. Crer nesta realidade significa professar nossa esperança na plenitude da História, aceitação e realização do pleno ideal de comunhão entre os seres humanos. Significa aceitar as diferenças entre as pessoas humanas, em todos os aspectos, mas acreditar num sonho comum de felicidade plena. Significa professar que no Deus Trino está a chave para a superação dos egoísmos humanos, geradores da violência e exclusão, e vislumbrar uma sociedade, onde a comunhão dos diferentes, resulta numa harmonia geradora de Vida. Talvez esta seja a Boa Nova que não temos ainda anunciado.

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