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Lagoa Grande, Minas Gerais, Brazil
"Ser catequista é ser jardineiro de gente”. Catequizar, portanto, é isso, cuidar da planta da fé que nasce do jardim de Deus, cujos jardineiros somos nós catequistas, pais, sociedade e Pároco. Catequizar é uma arte... seja você um artista!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

CRISMA 3

                                      A BIBLIA
Se abrir logo no começo, leio sobre a criação.
Um pouco mais adiante, fala de nosso pai Abraão.
Fala de Moisés, de Josué e também de Sansão.
De reis e muitos profetas, cujos nomes aqui estão.
Se no meio abro a Bíblia, o livro de Salmos dirá:

 “O Senhor é o meu pastor, e nada me faltará”.
Agora vem o principal: leio a vida de Jesus Salvador, sem igual.
Os feitos dos apóstolos, aqui também nós achamos.
E no Apocalipse... Quanta riqueza podemos encontrar!
Por isso eu amo a Bíblia e caminho feliz na vida, lendo-a todos os dias!

 

                                                NOSSA AMIGA BÍBLIA
Eu sou a bíblia esquecida, vivo triste em meu lar, muitas vezes meu dono me deixa na estante, aberta e pegando poeira constante, sem sequer me folhear... Outros, sem respeito, me usam para bater em seus filhos e chegam até a me rasgar, porque estes pais ao invés de assim agirem, não se põem a me estudar? Quem sabe assim da próxima vez vão abrir-me e aos seus filhos bem ensinar!...
Mas há alguns dos meus donos que me dão valor sem par, para eles sou famosa e sei que de mim, vão sempre lembrar!

          AS VIRTUDES SIMPLES QUE COMPÕEM O DOM SUPREMO : O AMOR

O Arco-íris da Luz é composto de elementos dos quais ouvimos falar todos os dias, são estes as pequenas coisas, Virtudes simples, que compõem o Dom Supremo e que podemos praticar em qualquer momento de nossas vidas.
O Amor é composto de nove ingredientes:
1. Paciência: “O Amor é paciente”;
2. Bondade: “é benigno”;
3. Generosidade: “O amor não arde em ciúmes”;
4. Humildade: “Não se ufana nem se ensoberbece”;
5. Delicadeza: “O amor não se conduz inconvenientemente”;
6. Entrega: “não procura seus interesses”;
7. Tolerância: “não se exaspera”;
8. Inocência: “não se ressente do mal”;
9. Sinceridade: “não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”.
Estas coisas compõem o bem supremo, estão na alma do homem que quer estar presente no mundo e próximo a Deus.
Escutamos falar muito do amor a Deus. Cristo nos fala do Amor aos homens.
Buscamos a paz nos Céus. Cristo busca a paz na terra.

FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO - O QUE É NECESSÁRIO PARA FRUTIFICARMOS

“Os Frutos do Espírito Santo são: a caridade, o gozo, a paz, a paciência, a benignidade, a bondade, a longanimidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, a continência, a castidade. Contra estas coisas não há lei”. “Ou declarais que a arvore é boa e o seu fruto é bom, ou declarais que a arvore é má e o seu fruto é mau. É pelo fruto que se conhece a arvore”. Mateus 12,33.
Para frutificarmos será necessário:
Despojar-se de si mesmo - “De fato, pela Lei morri para a Lei, a fim de viver para Deus. Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim.” Gálatas 2,19-20
Estar em Cristo –“Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo em mim que não produz fruto ele o corta, e todo o que produz fruto ele o poda, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais puros, por causa da palavra que vos fiz ouvir. Permanecei em mim, como eu em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer.” (João 15,1-5).

                                FRUTOS PARA O RELACIONAMENTO COM DEUS

Amor - “Aquele que não ama não conheceu a Deus, porque Deus é Amor. Nisto se manifestou o amor de Deus por nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo para que vivamos por ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou-nos Seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, devemos, nós também, amar-nos uns aos outros.” (1 João 4,8-11)
Fidelidade - “Quem é fiel nas coisas mínimas, é fiel também no muito, e quem é iníquo no mínimo, é iníquo também no muito” Lucas 16,10.
Esse fruto é inseparável do Amor. Pode-se compreender amor sem fidelidade? 

                         FRUTOS PARA O RELACIONAMENTO INTERIOR

Quando estamos em comunhão com Deus, temos:
Paz – “Deixo-vos a paz, minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe nem se intimide vosso coração”. (João 14,27)
Alegria – “Jesus lhes disse: Meu alimento é fazer a vontade daquele que me  enviou e consumar a sua obra.” (João 4,34). A alegria de Jesus é fazer a vontade do Pai e levar os homens a Ele.
Temperança – É o fruto pelo qual o Espírito Santo faz-se o freio do nosso próprio eu. É quando submetemos toda a nossa pessoa a Cristo.
“Se alguém pensa ser religioso, mas não refreia a língua, antes se engana a si mesmo, saiba que sua religião é vã”. (Tiago 1,26)
“Cidade aberta, sem muralhas; tal é o homem sem autocontrole” (Provérbios 25,28). Mais difícil do que refrear a língua, será refrear o pensamento, o mais sutil e insidioso dos inimigos.
Mansidão –“Ora, Moisés era um homem muito humilde, o mais humilde dos  homens que havia na terra” (Números 12,3). Moisés que “era o homem mais manso do mundo” quebrou as tábuas da Lei. Mas o manso não se conserva na sua ira.
Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas” (Mateus 11,29).

                          FRUTOS PARA O RELACIONAMENTO EXTERIOR

Bondade-“Não desanimemos na prática do bem, pois, se não desfalecermos, a seu tempo colheremos. Por conseguinte, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas sobretudo para com os irmãos na fé.”(Gálatas 6,9-10).
“Como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder, e ele passou fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo diabo, porque Deus estava com ele.” (Atos 10,38).
Paciência (longanimidade) – o fruto da paciência manifesta-se não somente no nosso relacionamento com o próximo, como também na nossa aceitação das penas que nos afligem, e dos sofrimentos permitidos por Deus para a nossa santificação. Paciência é o sinal de perseverança, confiança inabalável na sabedoria e amor de Deus. “Alegrando-vos na esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração” (Romanos 12,12).
Delicadeza (benignidade) – Este fruto é sustentado pelas fortes raízes da renúncia, da tolerância, da caridade. “Ainda que nós, na qualidade de apóstolo de Cristo, pudéssemos fazer valer a nossa autoridade. Pelo contrário apresentamo-nos no meio de vós cheios de bondade, como uma mãe que acaricia os filhinhos. Tanto bem vos queríamos que desejávamos dar-vos não somente o Evangelho de Deus, mas até a própria vida, de tanto amor que vos tínhamos.” (I Tessalonicenses 2,7-8). A delicadeza acalma, conserva a amizade, afasta a amargura, leva consigo paz e serenidade. Mansidão de linguagem é a expressão da delicadeza do coração

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

Os sete Anjos, que, com sete candelabros unidos pelo amor, carregam as luminosas taças cheias de chamas (do conhecimento), cheias de água (da graça), cheias de óleo (do conselho), cheias de luz (da sabedoria), cheias de vinho (da fortaleza), cheias de incenso (do temor de Deus) e cheias de brasa (da piedade). Os Dons do Espírito Santo são sete. Este número significa plenitude, totalidade. Os sete Dons pretendem resumir toda a ação do Espírito Santo nas pessoas. Eles aperfeiçoam as faculdades humanas da alma: memória, inteligência, vontade.
Estes Dons correm largamente sobre toda a humanidade. São faculdades ou antenas para que o cristão, com facilidade capte as moções do Espírito Santo e com certeza e clarividência alcance sua perfeição espiritual. Os Dons do Espírito Santo complementam as Virtudes e ajudam a superar as más inclinações. Encontramo-los dentro e fora da santa Igreja, como por exemplo, nos Magos do Oriente; em todos os que procuram Deus, que vêm muitas vezes de bem longe para a Santa Igreja; no centurião romano, do qual Jesus mesmo disse: “Em verdade, vos digo, que encontrei ninguém em Israel com tão grande fé.” Mateus 8,16. Tais homens por sua fé, participam dos Dons do Espírito Santo, isto nos deve ser sempre uma advertência, quanto mais nós, os filhos da luz e herdeiros do céu deveríamos esforçar-nos para obter esses Dons Divinos.
É através dos Dons do Espírito Santo que as Virtudes germinam, crescem e se desenvolvem, conduzindo assim as almas pelo caminho do amor, da santidade. Os Dons passam as Virtudes cristãs do modo humano para o modo Divino. O Espírito Santo agirá a princípio lentamente; depois se a alma for fiel haverá predominância dos Dons nela. Os Dons nos são concedidos para serem usados em prol dos outros, não para benefício próprio.

                        O NASCIMENTO DE JESUS - 25 DE DEZEMBRO

A Alma de Jesus, antes de submeter-se a primeira crucificação pela encarnação, diz Seu “Adsum” ao Pai. Ele o fala através do Espírito: “Pai! Quero Te glorificar! Quero fazer reparação pelos homens! Quero trazê-los de volta a Ti. E em Teu Nome, vou”. E assim, o PAI, sobre o Espírito, abençoou o Filho.
Maria cobre com Seu Manto amplo e azul Sua pequena Criança que repousa em Seu Seio e levanta-se para procurar o lugar onde devia segundo a vontade do Pai entregar o Senhor do mundo a este mundo.
MARIA, o Trono do Amor. Carrega o Senhor do mundo pelas vielas da Cidade de Davi.
Os caminhos sobem e descem e muitas vezes são escorregadios, e a criança que ainda dorme no ventre da Mãe algumas vezes se assusta.
A Mãe carrega o Senhor e com Ele a Cruz. E enquanto carrega com ELE a Cruz, Ela não está só. Mas quantos sustos, fealdades ainda vão encontrar? Quanta perversidade?
Este é o quotidiano com todas as suas ninharias, com a imundície da falsidade e maldade, da dureza de coração, da indiferença, de obstáculos repentinos e das palavras e ataques hostis e agudos.
Maria chega a uma feira. As pessoas estão regateando e negociando. É um aperto. São José tem dificuldades em abrir um caminho estreito para Maria ao longo das casas. Aqui e acolá, ele percebe um olhar curioso; isto o aflige, porque uma mulher antes do nascimento do filho não deveria mais se mostrar. Maria puxa Seu véu mais para baixo.
 O que DEUS quer Ela faz, mesmo que seja para Ela ainda tão difícil. Só Deus sabe por que tem que ser assim.
E ainda não se encontrou um lugar para Maria, estão Eles a muitas horas no caminho.
São José não quer deixar Maria sozinha. Ele teme que Ela possa ser insultada, assim eles continuam andando vagarosamente. O Amor severo de Deus os deixa ainda caminhar e Eles se esforçam, sem restrições e sem queixas,  perseveram.
A Alma de Jesus atravessa o ventre da Mãe e olha amplamente sobre a Cidade e Maria, a Mãe, sente a contradição, que não vem da santidade, como Pai e Filho, que não vem da natureza como quente e frio, mas que vem das conseqüências do pecado: das riquezas, dos possuidores que se fecham com dureza de coração contra toda necessidade: a pobreza dos mendigos nas beiras das estradas, dos que não tem lar, nenhum aconchego, nenhum futuro seguro pelos bens materiais.
MAS Vê: o pobre divide seu pão com o ainda mais pobre, ele tem amor, prontidão em ajudar, compaixão e misericórdia; e assim ele anula diante de Deus a contradição vinda do pecado, DEUS o coloca por causa do amor nas fileiras daqueles que são realmente ricos diante de Deus. Ali vai Teu caminho, Mãe Maria, aos pobres, pequenos, pois eles ainda são abertos e prontos para Deus.
Maria sente que Sua Criança não Se move a ir para os ricos, mas para os pobres. Nenhum dos ricos, parentes ou conhecidos lhes abre a porta, em especial para Sua Criança.
E Eles já estão no portal da Cidade. São José humildemente acha que Eles deveriam voltar mais uma vez e talvez procurar albergue junto às pessoas mais pobres ou na proximidade do grande albergue. Mas Maria passa silenciosamente o portal. Ela vai ao encontro da solidão, da pobreza, do abandono. Ela percorre o caminho da obediência.
Pastores apontam para um estábulo vazio que é usado só pelos rebanhos que passam por lá.
Alguns animais pastam fora. No estábulo há palha e um pouco de feno. Ó pobreza mais amarga!
Nenhum leito confortável, nenhuma mão para ajudar espera Maria. Deus, realmente A tornou paupérrima. Como uma mendiga, a mais pobre, Ela está na beira da estrada. Ela tem que procurar um abrigo para Sua hora. Esta provação é a do empobrecimento mais profundo; mas ela é igualmente a pedra santa da prova da fidelidade. Despojados de todos os valores terrenos, abandonado pelos homens, São José ajeita a cansada Mãe na terra, pisada, dura, na qual Ele ainda deposita o pouco que levaram em cobertores. Silenciosa e
Pacientemente os dois se submetem a Santíssima Vontade de Deus.
A Alma de Jesus se prepara. Assim como cada Santo Anjo quando é chamado para a missão de Anjo da Guarda, assim se prepara o Filho de Deus para a aceitação da imagem de Servo como Cordeiro de Deus. Ele quer sair da Catedral magnífica, que se chama igualmente  Tesouro de Deus, Trono de Deus, Rainha e Mãe Maria, Virgem puríssima.
Desamparada está Maria, como ferramenta Ela entrega-Se ao agir da Majestade de Deus. Quase sem voz Ela pede: “Vai, José, Eu te peço, procura ajuda!” Como José gostaria de ficar junto a MARIA. Agora em que Ele pode provar sua fidelidade, Maria o manda para fora. Mas o maior amor se prova no maior sacrifício.
E se tornou totalmente escuro. São José levou a lanterna do estábulo, para trazer ajuda o mais rápido.
Animais pisam ao redor do estábulo. Do albergue longínquo se escuta o tumultuoso barulho. Maria está deitada, quietinha. Toda Sua oração é interiorizada. Ela se dilui em fé escura, em confiança escura, em dizer sim por amor àquilo que acontecerá. Ela é desdobrada por Deus, com mil dores espirituais daria Luz ao mundo inteiro em Deus.
Um Anjo ajoelha diante da Alma de Jesus, profundamente inclinado em adoração.
Jesus diz: “ATA-ME”. E o Senhor inclina-Se diante da Sua criatura, o Anjo. Ele pede que o Anjo o ATE abaixo da fraqueza infantil e impotência.
Torna-se Luz no estábulo. Maria está suspensa, a terra suja do estábulo não A podia tocar. Ela está  diante da face de Deus, diante do Pai e do Filho e do Espírito ao mesmo tempo em que está em Seu corpo. Os Santos Anjos estão ao redor DELA. Em respeito um Santo Anjo está ajoelhado diante de Maria e diz profundamente inclinado:
”Ó Senhor, nosso DEUS, nós Te pedimos, Vem!”.
Portas de Tabernáculo se abrem, a viva Hóstia Jesus está deitada nas faixas brancas...Ele se assemelha a um misterioso Pão luminoso.
Ninguém se move. É silêncio no Céu e na terra, cerca de meia hora. Volta então a cor em Maria e Ela abre os olhos. Vem vida na Criancinha branca como a neve e toma a cor humana, Ela abre os olhinhos. E primeiro vê diante de Si um Anjo com uma cruz. E então chora, sim, grita lastimosamente. Mas Maria brilha de felicidade celestial. Ela envolve Sua Criança com o manto.
Entra então José, foi ele o primeiro depois de Maria, a contemplar o Filho de Deus feito homem, o primeiro a experimentar a felicidade de ter nos Seus braços Aquele que ele sabia ser o Messias.
E no meio de tanta pobreza e simplicidade, o exército celestial, os  Santos Anjos,  ainda estão presentes com a Sua Luz. Eles se elevam ao Céu e louvam a Deus, cantando o “Glória a Deus nas alturas...”  sobre os campos de Belém.
Só um Santo Anjo fica silenciosamente para trás, é o Anjo dos mais pobres.
Jesus, Maria e José estão sós. Mas Deus procurou gente simples para acompanhá-los: “Nas pastagens aos arredores da antiga cidadezinha de Belém. Homens vigiavam a luz de uma fogueira, seus rebanhos dormiam ao redor, o silêncio dominava. Nesta primeira noite a profecia cumpre-se unicamente neles. A Glória do Senhor envolveu-os com a Sua Luz” (Lc 2,8-9), foi quando um Anjo do Senhor envolvido no brilho da magnificência divina de súbito estava a sua frente, dizendo: “Achareis uma criancinha envolvida em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,10-12). A mensagem do Anjo enchera de júbilo o coração e ânimo dos pastores e puseram-se a caminho... No meio da escuridão. É natural que eles não se puseram a caminho sem levar presentes para o recém-nascido. Devem ter levado o que tinham ao seu alcance: um cordeiro, queijo, manteiga, leite, pão. Maria e José surpreendidos e alegres convidam os tímidos pastores a entrar e ver o Menino, e deixam que O beijem e lhe cantem, e disponham perto da Manjedoura os seus presentes.
 São os Pastores daquela região, que o Profeta Isaías mencionara: “O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9,1). Deus quis que os pastores fossem também os seus primeiros mensageiros, eles irão contando o que viram e ouviram. E todos os que os ouviam maravilhavam-se com o que eles lhes diziam” (Lc 2,17-18).
É este o mistério fascinante desta noite Santa do Natal. A noite de maior elevação do homem, onde ele encontra sua origem. O Filho de Deus torna-se homem através do Espírito Santo e os filhos dos homens se tornaram filhos adotivos de Deus que recebem o direito de O chamar “Aba, querido Pai” (Rom, 8,15; Gal 4,6).
Esta é a causa da nossa alegria do Natal, alegria de todos: dos pastores, dos Reis Magos, dos Bispos, dos Sacerdotes, das crianças, das famílias.

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA - 8 DE DEZEMBRO

Esta festa, foi instituída por Pio IX, teve por motivo a proclamação do dogma, no dia 8 de dezembro de 1854. A definição dogmática tornou mais preciso o sentido desta verdade de fé e afirmou de modo solene a fé constante da Igreja.
A festividade começou a ser celebrada no Oriente no século VIII e, um século depois, em muitos lugares do Oriente.
No dia de hoje, podemos já divisar a proximidade do Natal. A Igreja quís que as duas festas estivessem próximas uma da outra. "Do mesmo modo que o primeiro rebento indica a chegada da Primavera num mundo gelado e que parece morto, assim num mundo manchado pelo pecado e quase sem esperança a Conceição sem mancha anuncia a restauração da inocência  do homem. Assim como o rebento nos dá uma promessa certa flor que dele brotará, a Imaculada Conceição nos dá a promessa infalível do nascimento virginal...
Ainda era inverno em todo o mundo que rodeava a Virgem, exceto no lar tranquilo onde Santa Ana deu à luz uma menina. alí tinha começado já a primavera. A nova Vida iniciou-se em Nossa Senhora no mesmo instante em que foi concebida sem mancha e cheia de graça.

                                           A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA

O Papa Pio IX, na Bula "Ineffabilis Deus", de 8 de Dezembro de 1854 definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição de Maria:
· "Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, foi por singular graça e privilégio de Deus onipotente em previsão dos méritos de Cristo Jesus, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis" (Dz. 1641).

A) Maria desde o primeiro instante que é constituída como pessoa no seio de sua mãe, o é sem mancha alguma de pecado (=pecado original).
B) Como foi concebida sem pecado:
1. Ausência de toda mancha de pecado.
2. Lema da graça Santificante.
3. Ausência da inclinação o mal.

C) Este privilégio e dom gratuito foram concedidos apenas à Virgem e a ninguém mais, em atenção àquela que havia sido predestinada para ser a Mãe de Deus.
D) Em previsão dos méritos de Cristo porque a Maria a Redenção foi aplicada antes da morte do Senhor.

Provas das Escrituras:
· "Estabeleço hostilidade..." (Gn 3,15).
· "Deus te salve, cheia de graça." (Lc 1,28).
· "Bendita tu entre as mulheres..." (Lc 1,42).

CRISTO REI - ÚLTIMO DOMINGO DO TEMPO COMUM- ÚLTIMO DOMINGO DE OUTUBRO 

O Choque entre os Anjos bons e rebeldes avolumou-se tanto que satanás está por cantar a vitória no mundo. Realmente, a partir do pecado dos primeiros homens, os Anjos maus estavam vencendo a grande jogada.
E surge o próprio REI, para combatê-lo frontalmente, num duelo de vida e morte...
Se não houvesse uma intervenção superior, os anjos maus iriam proclamar a vitória. Pois a humanidade jazia sob os seus pés.
Era necessário surgir o próprio dono dos Anjos rebeldes, o Rei da glória. Cristo entrou no combate. Purificou a fonte contaminada. Para garantir a sua pureza, abriu nova fonte, que é a Sua presença, princípio de vida, verdade e paz.
Uniu em Si mesmo todos os homens! Em Sua Pessoa divina responsabilizou-se pela humanidade desligada de Deus. Veio salvar o que estava perdido, iluminar os que jaziam nas trevas e dar a vida aos que estavam mortos, pelo pecado.
A salvação e a nova vida vieram em Cristo. É impressionante ver um rei entrar na arena, para lutar em favor de seus súditos.
Houve reis, que estiveram nas primeiras fileiras do combate, lutando lado a lado com os seus vassalos.
Cristo veio acompanhado dos Anjos, Seus vassalos fiéis. A visão angelical evita imiscuições humanas no conceito original do Rei Eterno. “Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e invisíveis, Tronos, Dominações, Principados, Potestades, tudo foi criado por Ele, e para Ele”. Col 1,16.
São Paulo enumera a hierarquia celestial, para que Cristo apareça como Rei mais excelso aos nossos olhos carnais.
Cristo inclui em si todos os tempos: ontem, hoje e sempre! Está presente na criação desde os alicerces. É acenado junto ao portal do paraíso, quando os primeiros pais são expulsos. Aparecerá no limiar da eternidade, quando será anunciado o fim dos tempos: mostrou-se na visão apocalíptica como Cordeiro vencedor, ao redor do qual se reúnem todas as criaturas capazes de pensar e amar.
Cristo-Rei é o centro da história. E na história deste REI os Anjos são inseparáveis. No portal do paraíso está a espada flamejante dos querubins. No Juízo final a Sua Majestade infinita é solenizada pela corte celestial dos Anjos.
A plataforma do Rei foi apresentada diante de Pilatos: “Meu Reino não é deste mundo”: Jo 18,36.
O Seu Reino inclui o Céu, a terra e o inferno. É o Rei, aclamado em todas as línguas: “E toda a língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor”. Fil. 2,11
Este Rei é tão superior a tudo, que nem os Anjos, que estão ao Seu serviço, muito menos qualquer poder infernal, nos poderão separar dele.
Se o poder dum Anjo faz estremecer um exército inteiro, quanto mais o Rei da eternidade, de quem são vassalos fiéis!
Cristo é um Rei absoluto, cujo fundamento está calcado no Céu, donde os Anjos nos refletem a Sua divina realeza.
As batalhas deste Reino giram em torno do íntimo de cada pessoa humana. O inimigo não é fantasmagórico, mas duma força sobre-humana: “Pois não é contra homens de carne e sangue, que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhados) nos ares”. Ef. 6,12
Nesta batalha, sob a chefia de Cristo, contamos com a ajuda prestimosa dos Anjos bons.
Há uma transmissão de forças secretas, nesta luta titânica, da qual participam os Anjos e os demônios: “... Príncipe das potestades do ar, do espírito que agora age nos rebeldes”. Hb 2,2. “Por isso alegrai-vos, ó Céus, e todos que ai habitais! Mas, ó terra e mar, cuidado! Porque o demônio desceu para vós, cheio de grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta.” Apoc. 12,12.
Cristo, que se afirmou Rei diante de Pilatos, aparece aos olhos dos homens semi despido, com um caniço na mão, açoitado, coberto dum manto de sangue, este Rei, com duplo poder sobre os Anjos e os homens, esta à minha frente, e pede o meu serviço: aproxima-se dessa forma, para me atrair! Apresenta-me a espada de dois gumes, que sai da sua boca, para ferir as nações pagãs, para fascinar-me e garantir-me a vitória no combate!”.
“Vi ainda o Céu aberto: eis que aparece um cavalo branco. Seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que ele julga e guerreia. Tem olhos flamejantes. Há em sua cabeça muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é o Verbo de Deus... Ele traz escrito no manto e na faixa um nome: REI DOS REIS, E SENHOR DOS SENHORES”. Apoc. 19,11 ss

SENHOR! Na presença dos Anjos, quero louvar-vos, para ter a certeza de que o Céu presencia a minha caminhada na terra!
SENHOR! Como Rei dos homens; andais, ombro a ombro, comigo pela estrada da vida! Como Rei dos Anjos me dá a vitória antes do combate! Amém

                      02 DE NOVEMBRO - DIA DOS FIÉIS FALECIDOS

Depois da morte, não se rompem os laços com os que foram nossos companheiros de caminho. Hoje dedicamos as nossas orações a todos aqueles que ainda se estão purificando das marcas que os seus pecados, deixaram nas suas almas. Hoje os sacerdotes podem celebrar três missas em sufrágio por aqueles que nos precederam. Os fiéis podem lucrar indulgências e aplicá-las pelos defuntos.
Neste mês de novembro, a Igreja convida-nos com maior insistência a rezar e a oferecer sufrágios pelos fiéis defuntos do Purgatório. Com esses irmãos nossos, que “também participaram da fragilidade própria de todo o ser humano, sentimos o dever- que é ao mesmo tempo uma necessidade do coração – de oferecer-lhes a ajuda afetuosa da nossa oração, a fim de que qualquer eventual resíduo de debilidade humana, que ainda possa adiar o seu encontro feliz com DEUS, seja definitivamente apagado” João Paulo II
Podemos ajudar de diversas formas as almas que se preparam para entrar no Céu e ainda permanecem no Purgatório. Sabemos que “a união dos que estão na terra com os irmãos que descansam na paz de Cristo não se interrompe de nenhuma maneira, antes pelo contrário vê-se fortalecida pela comunicação de bens espirituais” Conc. Vaticano II.
Desde sempre a Igreja ofereceu sufrágios e orações pelos fiéis defuntos; e a Santa Missa, que possui um valor infinito, é o que temos de mais valioso para oferecer pelas Almas do Purgatório. (Conc. De Trento). Também podemos oferecer por elas as indulgências que lucramos na terra: as nossas orações, de modo especial o Santo Rosário, o trabalho, a dor, as contrariedades, etc. Esses sufrágios são a melhor maneira de demonstrarmos o nosso amor pelos nossos parentes e amigos e por todos os que nos precederam e esperam o seu encontro com Deus. Os nossos pais ocuparão sempre um lugar privilegiado nessas orações. Por sua vez, as almas do Purgatório também nos ajudam muito nesse intercâmbio de bens espirituais que é a Comunhão dos Santos. “As almas benditas do purgatório. -Por caridade, por justiça e por um egoísmo desculpável- podem tanto diante de DEUS! -, lembra-te delas com freqüência nos teus sacrifícios e na tua oração.
“Oxalá que, ao falar nelas, possa dizer: “Minhas boas amigas, as almas do Purgatório...” Josemaría Escrivá
A nossa passagem pela terra, enquanto esperamos o momento de contemplar a Deus, deveria ser um tempo de purificação. A dor, a doença, o sofrimento, são uma graça extraordinária do Senhor para repararmos as nossas faltas e pecados. Com a penitência a alma rejuvenesce e prepara-se para a Vida. “Não esqueçais nunca: depois da morte, há de receber-vos o Amor. E no Amor de Deus ireis encontrar, além disso, todos os amores limpos que houverdes tido na terra. O senhor dispôs que passássemos esta breve jornada da nossa existência trabalhando e, como o seu Unigênito, fazendo o bem (At 10,38). Entretanto, temos que estar alerta, à escuta da chamada de Deus: “Vem para junto do Pai” (Epístola aos Romanos 7), “vem ter com teu Pai, que te espera ansioso” Josemaría Escrivá.
Ide ao Cemitério, mesmo que seu parente não esteja ali sepultado, mas fazei esta visita na intenção dele não se esquecendo das Almas de outras milhares de pessoas que foram sepultadas no mundo inteiro. Levai consigo flores, rosas ou mesmo uma florzinha e pedi à Santa Terezinha do Menino Jesus que transforme aquelas pétalas, folhas, etc em uma chuva de bênçãos e graças sobre a alma de seu parente, caso ele esteja no Céu, usará estas bênçãos em benefício das Almas que ainda estão no Purgatório... Tudo numa verdadeira Comunhão dos Santos. As almas muito se alegrarão com este oferecimento.
Se não tens uma flor para levar e oferecer, peça às crianças que as façam em papel colorido, até mesmo coraçõezinhos, frases escritas com muito amor e as cole/fixe na sepultura do seu ente querido.
 “ JESUS E MARIA EU VOS AMO, SALVAI ALMAS!”

SOLENIDADE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA - 12 DE OUTUBRO

É a Padroeira do Brasil. A imagem foi encontrada em 1717 por uns pescadores, no rio Paraíba, e a devoção popular surgiu espontaneamente, em função dos favores alcançados por intercessão de Maria Santíssima. A primeira capela é de 1745. Em 1904 a imagem foi coroada solenemente. Recebeu a “Rosa de Ouro” do Papa Paulo VI em 1967, e a nova Basíilica foi dedicada por João Paulo II em 4 de julho de 1980.
Contam que em 1717 três pescadores, chamados João Alves, Filipe Pedroso e Domingos Garcia, trabalhavam com as suas redes no rio Paraíba do Sul, sem obter nenhum resultado. O Conde de Assumar D. Pedro de Almeida e Portugal , governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro ia passar por aquelas terras a caminho de Vila Rica (atual Ouro Preto) em Minas Gerais  e os pescadores haviam recebido ordem de levar tudo o que lhes caísse nas redes para o banquete que se ia oferecer àquela autoridade.
As horas passavam e a rede ia e vinha nas águas do rio sem apanhar um só peixe. Descendo o curso do rio chegaram ao Porto de Itaguaçú, cansados e derrotados, João lançou novamente as redes e, para sua surpresa, recolheu o corpo sem cabeça de uma pequena imagem de Nossa Senhora. Tornou a lançá-la e dessa feita surgiu a cabeça, que se ajustava perfeitamente ao corpo.
Envolveram a imagem em um lenço e a guardaram piedosamente a imagem recém-aparecida entre os seus pertences e, confiando em Nossa Senhora, lançaram outra vez as redes à agua. Contam que apartir desse momento, a pesca foi tão abundante que tiveram receio de naufragar pelo muito peixe que havia nas canoas.
Começou então a veneração a essa imagem, guardada na casa de Felipe Pedroso durante quinze anos , onde os pescadores se reuniam para rezar. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante Dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças.
A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo se mostrou pequeno. E com o passar do tempo, deu-se origem ao Santuário Nacional de Aparecida.
Incontáveis peregrinos dirigem-se diariamente aos santuários dedicados À Nossa Senhora, para encontrarem ali os caminhos de DEUS ou neles se reafirmarem, para acharem a paz de suas almas e consolo em suas aflições. Nesses lugares de oração, a Virgem torna mais fácil e acessível o encontro com o Seu Filho. Todo o santuário converte-se em “uma antena permanente da Boa-Nova da Salvação”.
Primeiros Milagres
Milagre das Velas
Estando a noite serena, repentinamente as duas velas que iluminavam a Santa se apagaram. Houve espanto entre os devotos, e Silvana da Rocha, querendo acendê-las novamente, nem tentou, pois elas acenderam por si mesmas. Este foi o primeiro milagre conhecido de Nossa Senhora, ocorrido mais provavelmente em 1733.
Caem as Correntes
Em meados de 1850 , um escravo  chamado Zacarias, preso por grossas correntes, ao passar pela igreja onde se encontrava a imagem, pede ao feitor permissão para rezar. Recebendo autorização, o escravo se ajoelha diante de Nossa Senhora Aparecida e reza fervorosamente. Durante a oração, as correntes, milagrosamente, soltam-se de seus pulsos deixando Zacarias livre.
Cavaleiro e a Marca da Ferradura
Um cavaleiro de  Cuiabá, passando por Aparecida, ao se dirigir para Minas Gerais, viu a fé dos romeiros e começou a zombar, dizendo, que aquela fé era uma bobagem. Quis provar o que dizia, entrando a cavalo  na Igreja. Logo na escadaria, a pata de seu cavalo se prendeu na pedra da escada da igreja (Basílica Velha), vindo a derrubar o cavaleiro de seu cavalo, após o fato, a marca da ferradura ficou cravada da pedra. O cavaleiro arrependido, pediu perdão e se tornou devoto.
A menina cega
Mãe e filha caminhavam às margens do Rio Paraíba do Sul, quando surpreendentemente a filha cega de nascença comenta surpresa com a mãe : "Mãe como é linda esta igreja" Basílica Velha. Daquele momento em diante, a menina começa a enxergar.
O Menino no Rio
O pai e o filho foram pescar. Durante a pescaria, a correnteza estava muito forte e por um descuido o menino caiu no rio. O menino não sabia nadar, a correnteza o arrastava cada vez mais rápido e o pai desesperado pediu a Nossa Senhora Aparecida para salvar o menino. De repente o corpo do menino parou de ser arrastado, enquanto a forte correnteza continuava, e o pai salvou o menino.
O Homem e a Onça
Um homem estava voltando para sua casa, quando de repente ele se deparou com uma enorme onça. Ele se viu encurralado e a onça estava prestes a atacar, então o homem pediu desesperado a Nossa Senhora Aparecida por sua vida, e a onça virou e foi embora.

Hoje, Festa de Nossa Senhora Aparecida, tantos cristãos recorrem à ELA e recorrem para buscar auxílio, a fim de seguirem adiante no caminho da vida, que nem sempre é fácil. Quantos já encontraram e encontram alí junto à Ela a paz da alma, a chamada de Deus a uma maior entrega, a cura, o consolo no meio de uma tribulação!
“Ajudai-nos, ó Mãe, pois sois a nossa esperança, alenta-nos a continuar adiante, ajuda-nos a superar os momentos de desalento, acompanha-nos maternalmente nas circunstâncias mais dificeis”.
“Não cesseis , ó Virgem Aparecida, pela Vossa mesma presença, de manifestar nesta terra que o Amor é mais forte que a morte, mais poderoso que o pecado! Não cesseis de mostrar-nos DEUS, que amou tanto o mundo, a ponto de entregar o Seu Filho Unigênito, para que nenhum de nós pereça, mas tenha a vida eterna. Amém!” (João Paulo II)



APRESENTAÇÃO
Este é um opúsculo sobre a Reconciliação.
O nome já o diz: uma pequenina obra.
E por ser pequena não pode, evidentemente, exaurir a matéria. Mas pelo menos focalizará o essencial para quem queira se preparar para fazer uma boa confissão.
É propósito do autor tratar da matéria com muita simplicidade, clareza e praticidade, tanto mais que tudo o que ele diz aqui é fruto de sua própria experiência no exercício do ministério da reconciliação.
E na verdade, esse ministério é um dos mais gratificantes na vida do sacerdote. Primeiro, porque lhe dá a oportunidade de se exercitar e crescer na virtude da paciência e no dom da escuta. Hoje todo o mundo quer falar; não sobra ninguém para ouvir. Segundo, porque lhe permite entrar na privacidade das consciências, o que, a par de ser uma terrível responsabilidade, é ao mesmo tempo um privilégio inaudito, pois o obriga a uma grande dignidade de comportamento e a uma não menor santidade de vida.
Depositário dos segredos de tantas consciências, coração angustiado por tantas dores que ele mal consegue aliviar, mas ao mesmo tempo consolado e edificado por tantas riquezas interiores que vai descobrindo, o sacerdote só mesmo por graça de Deus consegue manter o próprio equilíbrio. Compreende-se assim como muitos deles procuram se esquivar desse ministério.
E tudo isso acontece por causa de você, meu caro leitor.
O sacerdote é escolhido por Deus, chamado e ordenado para servir a você... como o Papa, que a si mesmo se chama "Servo dos servos de Deus", e como o próprio Jesus que disse de si mesmo: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir..." (Mt 20,28). E neste espírito de serviço decidi escrever com muito carinho este opúsculo para ajudar você a aproveitar o melhor possível deste tesouro que o Senhor Jesus nos deixou: o santo sacramento da Reconciliação.
 
                                                             CAPÍTULO I
 
                         COMO RECONCILIAR-SE COM DEUS?
 Pelo sacramento da Reconciliação.
Antes de voltar ao Pai, tendo-nos amado até o extremo, a nós que éramos seus e estávamos no mundo, o Senhor nos deixou dois presentes maravilhosos: o sacramento do amor (a Eucaristia), e o sacramento da paz (a Reconciliação, ou Confissão). Um é alimento, outro remédio, embora ambos alimentem e ambos curem.
A confissão, ou sacramento da reconciliação, é a fonte maravilhosa da paz, e o remédio para todos os males. Porque na realidade só existe um mal, o pecado. Como só existe, depois do batismo, um só remédio para esse mal: o arrependimento sincero, seguido de uma confissão bem feita. Este sacramento não é só a fonte maravilhosa da paz, mas ele é também a fonte da divina misericórdia, como o Senhor revelou à sua serva Santa Faustina, n.º 1448 e 1602 do seu Diário:
"Escreve, filha, fala da minha misericórdia. Diz às almas onde devem procurar consolo, isto é, no tribunal da misericórdia, onde continuo a realizar os meus maiores prodígios que se renovam sem cessar. Para obtê-los não é necessário empreender longas peregrinações, nem realizar exteriormente grandes cerimônias; basta aproximar-se com fé dos pés do meu representante e confessar-lhe a própria miséria. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena. Ó infelizes, que não aproveitais esse milagre da misericórdia de Deus! Clamarei em vão, pois já será tarde demais".
"Filha, quando te aproximas da santa confissão, dessa fonte da minha misericórdia, sempre desce na tua alma o Meu Sangue e a água que saíram do meu Coração e enobrecem a tua alma. Cada vez que te aproximares da santa confissão, mergulha-te toda na minha misericórdia com grande confiança, para que ela possa derramar na tua alma a abundância da minha graça. Quando te aproximas da santa confissão, deves saber que sou Eu mesmo quem espera por ti no confessionário; oculto-me apenas no sacerdote, mas Eu mesmo atuo na alma. Aí, a miséria da alma se encontra com o Deus da misericórdia. Diz às almas que dessa fonte de misericórdia as graças são colhidas apenas com os vasos da confiança. Se a confiança delas for grande, a minha generosidade não terá limites. As torrentes da minha graça inundam as almas humildes. Os orgulhosos sempre estão na pobreza e na miséria, porquanto a minha graça se afasta deles para as almas humildes".
E Santa Faustina continua: "Quero recomendar três coisas à alma que deseja decididamente buscar a santidade e dar fruto, ou seja, tirar proveito da confissão.
Em primeiro lugar, total sinceridade e franqueza. O mais sábio e o mais santo confessor não consegue derramar à força na alma aquilo que deseja, se a alma não for sincera e franca. A alma insincera e reticente, expõe-se a grandes perigos na vida espiritual e o próprio Senhor não se comunica a essa alma num nível mais elevado, porque sabe que ela não tiraria proveito dessas graças especiais.
Segundo: humildade. A alma não tira o devido proveito do sacramento da confissão se não for humilde. O orgulho mantém a alma nas trevas. Ela não sabe e não quer penetrar devidamente no fundo de sua miséria; esconde-se atrás de uma máscara evitando tudo o que a pode curar.
Terceiro: obediência. A alma desobediente não terá nenhuma vitória, ainda que o próprio Nosso Senhor a ouvisse diretamente em confissão. O mais experiente confessor em nada poderá ajudar a uma alma de tal maneira. A alma desobediente se expõe a grandes desgraças; não poderá progredir na perfeição nem na vida espiritual. Deus cumula generosamente de graças a alma, mas só se ela for obediente".
A confissão é um sacramento de misericórdia, mas é necessário que nos aproximemos dele com muita confiança e serenidade. Quanto maior for a nossa confiança maior será a nossa alegria e a nossa paz. Há, porém, um defeito que pode comprometer tudo isso, transformando o que seria uma fonte de paz num verdadeiro tormento. É o escrúpulo.
Há quem olhe o escrúpulo como uma virtude e o confunde com a delicadeza de consciência. O sábio e piedoso Gerson diz que uma consciência escrupulosa prejudica muitas vezes a nossa alma muito mais que uma consciência elástica e relaxada.
O escrúpulo falseia o julgamento, perturba a paz da alma, gera a desconfiança e o afastamento da vida sacramental e altera a saúde da alma e do corpo. Quantos infelizes começaram pelo escrúpulo e terminaram pela demência! E quantos outros mais infelizes ainda, começaram pelo escrúpulo e acabaram pela libertinagem e pela impiedade. Foge, pois, desse temível veneno da piedade e dize com São José Cupertino: "Para trás as tristezas e os escrúpulos; não quero saber deles em minha casa".
O escrúpulo é um temor infundado de haver pecado. Mas o escrupuloso naõ julga serem simples escrúpulos as suas dúvidas e temores: ele não se atormentaria se pudesse qualificá-los como tais. Ele deveria no entanto dar crédito ao seu diretor espiritual, quando este lhe dá normas para seguir.
O escrupuloso só vê em suas ações uma série ininterrupta de pecados; só vê em Deus vingança e cólera. Que ele se habitue, portanto, a considerar sobretudo no Divino Mestre o atributo que lhe é mais caro: a misericórdia. Faça disto o assunto habitual de seus pensamentos, de suas meditações e de seus afetos. É preciso fazer tudo por amor, nada constrangido; é preciso amar mais a obediência mais do que temer a desobediência.
O único remédio para os escrupulosos é uma obediência total e corajosa. É um orgulho secreto, diz São Francisco de Sales, que nutre e sustenta os escrúpulos; porque o escrupuloso se aferra ao seu juízo e à sua inquietude, apesar dos avisos em contrário de seu diretor espiritual. Ele se persuade sempre, para dissimular a sua desobediência, que sobreveio um caso novo e imprevisto para o qual seriam inúteis esses avisos. Obedeça, portanto, sem fazer outro raciocínio senão este: DEVO OBEDECER, e será livre dessa terrível enfermidade.
A tristeza e a inquietude dos filhos de Deus é uma grande injúria que fazem ao seu Pai Celeste, parecem dizer com isso que acham pouca doçura em servir a um senhor tão cheio de amor e misericórdia; parecem querer desmentir as palavras daquele que disse: "Vinde a mim vós todos que estais aflitos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei", comparando-se ao bom lavrador que escolhe para seus bois "um jugo que lhes seja suave e um fardo leve". "Ai da alma mesquinha e árida que tudo teme, e que, à força de temer, acaba por não ter tempo de amar e correr generosamente.
"Ó meu Deus, sei que quereis um coração vasto, quando este coração vos ama. Agirei com confiança como uma criancinha que brinca nos braços de sua mãe; regozijar-me-ei no Senhor e procurarei alegrar também os outros, expandindo o meu coração sem temor... Longe de mim, ó meu Deus, essa sabedoria triste e temerosa que paralisa, e que traz sempre nas mãos a balança para pesar átomos... Não agir com mais simplicidade convosco, é injuriar-vos; semelhante rigor é indigno de vossas entranhas de Pai" (Fenelon).
E acabam entregando-se realmente ao mal, porque não tem a simplicidade de crer possível a Nosso Senhor a vitória de que se sentem incapazes. Que eles se aproximem desse Jesus tão bom que nos prometeu, junto de si, "o repouso para as nossas almas".
 
Note bem que eu disse "confissão bem feita", isto é, com boas disposições do penitente e total sinceridade. E uma das formas mais freqüentes de confissão mal feita é calar determinado pecado na confissão, por vergonha ou por medo.
Conta-se que São Filipe Néri tinha uma grande amizade por determinado garoto. Aconteceu que esse garoto adoeceu gravemente e o santo teve a revelação de sua morte próxima. Pediu então à família que o chamasse quando estivesse próximo à morte, pois queria prepará-lo bem para o último combate. Agravando-se o estado do menino, o pai mandou avisar a São Filipe. O santo não foi encontrado naquele momento, e o recado ficou com um dos padres da sua Congregação. Entrementes, o menino faleceu. Quando o santo recebeu o recado e correu à casa do garoto, já o encontrou cadáver. São Filipe ajoelhou-se ao pé da cama, orou fervorosamente durante um certo tempo, depois aspergiu com água benta o corpo do menino e colocou algumas gotas da água na sua boca. Colocou-lhe a mão no rosto, e o chamou pelo nome com voz forte. O garoto se mexeu na cama como se estivesse acordando de um profundo sono, abre os olhos e vendo São Filipe exclama: "Padre! Que bom que o senhor veio. Tenho um pecado e quero confessar-me!". São Filipe pede que se esvazie o quarto, pega um crucifixo e ouve a confissão do menino. Chama em seguida toda a família e põe-se a conversar com o ressuscitado sobre o céu e a felicidade dos eleitos. E a conversa se prolonga por mais meia hora, como nos bons tempos de saúde do menino. Finalmente o santo lhe pergunta se queria ir para o céu. "Mas é claro, Padre!" responde o menino. E São Filipe lhe diz: "Vai em paz, meu filho, e roga por mim!" O menino fecha suavemente os olhos e torna a morrer. O quarto do garoto converteu-se em capela e até hoje é visitado com veneração por muita gente.
 
 CAPÍTULO II
 
COMO CONFESSAR-SE BEM

  

Seis atos necessários para uma boa confissão:
1) Oração ao Espírito Santo.
2) Exame de consciência.
3) Arrependimento sincero dos pecados.
4) Firme propósito de emenda.
5) Acusação dos pecados ao sacerdote.
6) Cumprimento da penitência imposta.
 
Vamos explicar um por um esses seis passos.
 
1) Oração ao Espírito Santo.
Sem as luzes do Espírito Santo nosso exame de consciência será falho e imperfeito, e nosso arrependimento deixará muito a desejar. A noção de pecado está diretamente ligada à noção que se tem da bondade e da grandiosidade de Deus. Quanto mais conhecemos o Amor, mais saberemos e buscaremos o que lhe agrada. Faça a seguinte oração:
"Vinde Espírito Santo, enchei o meu coração com a vossa luz e com a vossa graça, e acendei nele o fogo do vosso amor. Enviai, ó Deus, o vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis o meu coração.
Ó Deus, que iluminastes o coração dos vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, dai-me pelo mesmo Espírito o conhecimento e um profundo arrependimento dos meus pecados, para que eu possa gozar sempre de suas infinitas consolações. Amém." (Reze uma Ave-Maria)
 
2) Exame de consciência.
Procure um recanto tranqüilo e ali, em silêncio, examine calmamente a sua vida, desde a última confissão, percorrendo principalmente os 10 mandamentos.
Depois de lido este opúsculo, se perceber que nunca fez uma boa confissão, então faça uma confissão geral de toda a sua vida.
Alguns pontos para ajudá-lo no seu exame de consciência:
 
 a) 1º mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas
 
Tenho procurado conhecer bem a minha fé? (O melhor meio para isso é ler e estudar o Catecismo da Igreja Católica). Como está minha confiança em Deus, minha participação na Eucaristia, minha devoção a Nossa Senhora? Tenho acreditado em horóscopos, cartomantes, e outras superstições semelhantes? Tenho participado de sessões espíritas (mesa branca ou terreiro)? (o que é um pecado de idolatria: não se pode acender uma vela para Deus e outra para o diabo). Tenho participado de religiões pagãs (Seicho-No-Iê, Budismo, Igreja Messiânica...) ou práticas pagãs como projeciologia, Reiki, Yoga, meditação transcendental, enfim, tudo o que exalta o ego e esquece o seu Criador? Participo de sociedades secretas que professam um deus indefinido ou impessoal, que favorece o relativismo ou o indiferentismo religioso, ou me simpatizo com elas? Tenho me conformado com a vontade de Deus nas provações, sofrimentos e cruzes da vida? Tenho sido fiel às minhas orações diárias (o santo terço, as orações da manhã e da noite)?
 
b) 2º mandamento: Não tomar o seu santo nome em vão
 
Tenho blasfemado? Tenho jurado falso? Tenho contado ou participado de piadas ou conversas fúteis que envolvem o Santo Nome de Deus? Nas minhas confissões tenho calado, por medo ou vergonha, algum pecado grave? (Isso além de tornar a confissão inválida, é um pecado grave - sacrilégio). Tenho feito promessas e não cumprido? Tenho cumprido o meu dever de pagar o DÍZIMO?
 
c) 3º mandamento: Guardar os domingos e dias de preceito
 
Tenho participado de missa inteira aos domingos (Dominica = Dia do Senhor, o próprio nome já designa sua natureza e razão de existir) e dias santos? (Nesses dias não se pode trabalhar sem necessidade, fazer negócios, etc. e é obrigatória a participação na Santa Missa, a não ser em caso de doença. Se você é patrão, lembre-se de que seus empregados e operários devem participar da Santa Missa e têm direito ao descanso dominical). A Santa Missa pela TV só tem valor em caso de doença ou outro impedimento sério.
 
d) 4º mandamento: Honrar pai e mãe
 
Tenho obedecido com amor meus pais? Tenho lhes dado aborrecimentos e desgostos? (Lembre-se que desgostos e aborrecimentos podem encurtar-lhes a vida, e você será responsável por isso). Tenho lhes demonstrado gratidão pelo modo respeitoso e carinhoso com que os trato? Tenho ajudado a meus pais idosos ou doentes? (O próprio Senhor garante: "Aquele que respeita o seu pai obtém o perdão dos pecados, e o que honra a sua mãe é como quem ajunta um tesouro" (Eclo. 3,3). Como tem sido a minha convivência com meus irmãos em matéria de harmonia, paz e amor fraterno? Ou tenho provocado brigas e desarmonias?
 
e) 5º mandamento: Não matar
 
Tenho alimentado ódios ou desejos de vingança contra o próximo? Desejei a morte de alguém? Feri o próximo ou cometi crime de morte? Omiti socorro a alguém que estava em perigo de morte? (doença, acidente...) Pratiquei aborto, aconselhei alguém a fazê-lo ou me posicionei favorável a ele? Mutilei-me para evitar filhos? (vasectomia, laqueadura...)
 
f) 6º mandamento: Não pecar contra a castidade
 
Tenho mantido relação sexual com alguém fora do casamento? Tenho namorado ou noivado de modo pecaminoso (abraços, beijos e toques sensuais). Tenho me masturbado? Tenho alimentado pensamentos e fantasias sexuais com plena advertência e consentimento? Considero o sexo coisa vil, suja e má? (Sendo obra de Deus, o sexo é por natureza bom e santo. O mal está na vontade pervertida, no abuso ou no seu uso fora da lei de Deus. Nunca esqueçamos: a sensualidade é um monstro adormecido. Se o acordamos, ele nos devora)
 
g) 7º mandamento: Não furtar
 
Tenho me apropriado indevidamente de qualquer objeto alheio? Tenho procurado enganar o próximo em negócios? Recusado a pagar dívidas? Tenho explorado o empregado pagando-lhe um salário de fome? Se sou empregado, tenho cumprido honestamente os meus deveres? Tenho devolvido os objetos que me foram emprestados? Tenho adquirido bens de origem duvidosa?
 
h) 8º mandamento: Não levantar falso testemunho
 
Tenho caluniado alguém? Falado mal dos outros? Guardo bem os segredos a mim confiados? Tenho sido mentiroso, indiscreto ou maldoso, prejudicando a honra do meu próximo por palavras ou ações? Tenho jurado ou testemunhado falsamente contra meu próximo em juízo ou fora dele? Tenho amado e praticado a verdade em qualquer circunstância? "Seja o vosso falar SIM, se é sim; e NÃO, se é não. O que passar daí vem do Maligno." (Mt 5,37)
 
i) 9º mandamento: Não desejar a mulher do próximo
 
Tenho cometido adultério por atos, pensamentos e desejos consentidos? Tenho olhado com malícia para o corpo da mulher, desejando consentidamente fazer sexo com ela? (o mandamento fala de "desejar a mulher", mas a mulher "desejar o homem" é a mesma coisa.)
 
j) 10º mandamento: Não cobiçar as coisas alheias
 
Tenho me contentado com aquilo que possuo? Tenho alimentado inveja de alguém que possui mais do que eu? (é lícito e até necessário esforçar-se por progredir, mas com tranqüilidade e paz, sem ambição. Há invejosos que chegam a desejar toda a espécie de males e prejuízos para o seu próximo que está prosperando, principalmente quando é da mesma esfera social).
 
Aí está um esboço de exame de consciência. Não é tudo. Há muito ainda a acrescentar. Mas já é um começo. Caso você tenha dúvida se uma ação ou pensamento é pecado, consulte o padre na hora da confissão.
 
3) Arrependimento sincero dos pecados (contrição)
O arrependimento é essencial para a validade da confissão. Sem ele, não há perdão. E quando se diz arrependimento, não quer dizer sensiblidade: sentir, chorar, etc. Há verdadeiro arrependimento quando o pecador está sinceramente decidido a não continuar pecando, quando há um verdadeiro propósito de emenda por amor a Deus. Embora não seja essencial procure excitar em você um arrependimento sensível. Leia com atenção o Capítulo IV: O QUE É PECADO? Que vai lhe ajudar muito neste ponto.
Não faça confusão entre arrependimento e remorso; há muita diferença entre um e outro. Arrependimento é o sentimento de dor por haver ofendido a um Deus tão bom; remorso é a inquietação da consciência pelo pecado cometido, um tormento interior que não deixa em paz o pecador. O primeiro causa paz, o segundo aflição.
 
4) Firme propósito de emenda
Lembre-se de que você não está confessando com um homem, mas com Deus. O padre é um simples representante para lhe dar o perdão em nome de Deus. Deus está vendo o seu coração. Se você não estiver decidido a romper com o seu pecado, você não terá perdão, mesmo que o sacerdote o absolva. Você pode enganar o padre, mas a Deus não.
 
5) Acusação dos pecados ao sacerdote
Confesse agora os seus pecados, sem enfeitar, sem se desculpar, sem rodeios, sem acusar ninguém. Você vai confessar os seus pecados, não os dos outros. Sobretudo, não esconda nenhum pecado, por mais feio que ele seja. Já que você não teve vergonha de pecar, não tenha agora vergonha de se confessar. Se você ocultar um pecado, por medo ou por vergonha, sua confissão será inválida, será mesmo sacrílega. Não só não terá o perdão dos pecados, como ainda acrescentará a eles mais um, e bem mais grave.
Quantas vezes você, mulher, comentou suas intimidades com suas amigas num salão de beleza; ou você, homem, o fez com seus amigos numa mesa de bar? E você tem resistência em declarar os seus pecados Àquele que já os conhece, para receber o perdão através do sacerdote, seu legítimo representante?
 
6) Cumprimento da penitência imposta
Terminada a sua acusação, o padre lhe dará alguns conselhos e palavras de encorajamento, absolvê-lo-á de seus pecados e lhe imporá uma penitência, que você deve cumprir logo em seguida ou o quanto antes.
Antes de absolvê-lo, o padre lhe pedirá que faça o "ato de contrição" que você pode fazer espontaneamente com suas próprias palavras. Nesse ato, você dirá ao Senhor que está sinceramente arrependido de seus pecados, por ter ofendido a um Deus tão bom a quem você prometerá fazer tudo para não pecar mais e pedirá perdão dos seus pecados. Aqui vai um modelo como simples sugestão:
Ó Jesus que tanto me amas! Com meus pecados te ofendi. Perdão, Senhor, perdão! Não quero pecar mais. É grande a minha fraqueza, mas ajuda-me com a tua graça!
Recapitulando:
Ao apresentar-se ao sacerdote, diga-lhe: "Padre, dai-me a vossa bênção porque pequei!" Em seguida, diga-lhe a sua profissão, estado de vida (solteiro, casado, viúvo... etc.), e quando foi a sua última confissão. Feito isso, acuse humildemente todos os seus pecados, a começar pelos mais graves, citando o número deles e as circunstâncias em que foram cometidos. É recomendável que se confessem também os pecados veniais.
Este sacramento, como todos os demais, é uma verdadeira ação litúrgica, e como tal deve ser celebrado. Conforme o Catecismo da Igreja Católica (n.º 1480), são ordinariamente elementos da celebração os seguintes: saudação e bênção do sacerdote, leitura da Palavra de Deus para iluminar a consciência e excitar a contrição, exortação ao arrependimento; confissão que reconhece os pecados e os declara ao sacerdote; imposição e aceitação da penitência; absolvição do sacerdote; louvor de ação de graças e despedida com a bênção do sacerdote

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